Compromisso Tardio: Luis Arce que Ignorou Imigrantes por 5 Anos Agora Promete Trabalhar por Eles em 1 Mês

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Em visita relâmpago a São Paulo, presidente Luis Arce realiza ato de *DEMAGOGIA EXPLÍCITA prometendo à comunidade boliviana o que sua gestão negou por anos: atenção. Enquanto isso, a crise econômica e o abandono consular marcam o legado de um governo que chega ao fim com a pior avaliação da história democrática da Bolívia.

São Paulo • 08/10/25 às 01:27h
Atualizado • 09/10/25 às 13:02h

A cena poderia ser comovente: o presidente, em seus últimos meses de mandato, reúne-se com compatriotas no exterior, ouve suas demandas e promete trabalhar por seu bem-estar. Foi essa a imagem que Luis Arce tentou projetar numa terça-feira, (7) de outubro, ao encontrar-se com um pequeno grupo do coletivo Bolivianos Unidos en Brasil no consulado de São Paulo. No entanto, para milhares de bolivianos que vivem no Brasil, a cena não passa de um ato cínico e tardio, um remendo de relações públicas num tecido governamental já esgarçado pelo abandono e pela incompetência.

A pergunta engasgada na garganta nas comunidades bolivianas é simples e direta: por que agora? Por que somente quando os dias de seu governo estão contados, o presidente decide “reafirmar” um compromisso que deveria ter sido a base de sua gestão consular desde o primeiro dia? Durante anos, a diáspora boliviana no Brasil, uma das mais significativas e economicamente importantes, responsável por enviar milhões em remessas, enfrentou o descaso e teve que contornar sozinha problemas estruturais gravíssimos.

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Presidente boliviano, Luis Arce, durante encontro com imigrantes em São Paulo. Em sua publicação on-line, ele se refere ao grupo como “Bolivianos Unidos en Brasil”, sem citar uma entidade representativa formal da comunidade, como uma associação ou federação.

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Enquanto o governo de Arce se despede com a maior inflação em 40 anos e uma crise econômica profunda, a comunidade em São Paulo vive suas próprias crises silenciosas: a falta de documentação que deixa crianças fora das escolas brasileiras, a vulnerabilidade ao tráfico de pessoas, um mercado negro de saúde que explora a dor, incluindo casos cruéis de crianças com câncer, e a sensação geral de ter sido ignorada por seu próprio presidente quanto mais pelo corpo consular que destaca-se pela sua incompetência estrutural.

Prometer soluções a **um mês da sua saída não é apenas ingênuo; é um insulto à inteligência da comunidade. Um trabalho sério exige diálogo contínuo, construção de dados confiáveis sobre a população indocumentada e políticas de Estado de longo prazo. O que Arce ofereceu, na prática, foi uma “reunião grata” com meia dúzia de pessoas que não representam a comunidade boliviana, nas suas próprias palavras, que se assemelha mais a um aperto de mãos entre amigos do que a uma agenda de trabalho de um estadista desumanizado pela sobreviva.

O contraste não poderia ser mais cruel. Este é o mesmo governo que, no ano do Bicentenário, realizou uma das celebrações mais pífias da história, perdendo a oportunidade de unir e valorizar sua cultura no exterior. Agora, tenta, em cima da hora, escrever um capítulo de legado que nunca soube construir.

A verdade é que a visita de Arce a São Paulo não serve para resolver os problemas dos bolivianos. Serve, isso sim, como a metáfora perfeita de sua gestão: muita promessa no discurso, nenhuma ação inteligente na realidade. E para uma comunidade que precisa de soluções, não de selfies, a mensagem está mais do que clara: chega de encontros para “boi dormir”. O que os bolivianos no Brasil exigem, e merecem, é um governo que os enxergue antes do último minuto do último ato.

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Reunião de Arce com Bolivianos em SP é Marcada por Sigilo sobre sua Natureza e Conteúdo

Encontro foi realizado no Consulado da Bolívia em SP: falta de informações oficiais deixa em aberto se foi um ato de Estado ou uma conversa privada, levantando questionamentos sobre transparência.

A reunião do presidente da Bolívia, Luis Arce, com membros da comunidade boliviana nas instalações do Consulado Geral do país em São Paulo, na última terça-feira (7), permanece envolta em sigilo, levantando dúvidas sobre sua natureza e os compromissos assumidos. Até a publicação desta reportagem, nem a assessoria do mandatário nem o Consulado se manifestaram para esclarecer o caráter do encontro ou seu conteúdo.

A ausência de transparência coloca uma questão fundamental à sociedade boliviana, tanto no Brasil quanto na Bolívia: o encontro foi uma reunião oficial de Estado ou um encontro privado entre o presidente e amigos?

A distinção é crucial, pois define o nível de prestação de contas exigido dos envolvidos.

• Se o encontro foi estritamente privado, os assuntos tratados competiriam à esfera pessoal dos participantes. No entanto, o uso de uma instalação oficial para um evento não-público e a participação do mais alto representante do Estado Boliviano naturalmente suscitam questionamentos éticos e de interesse público.

• Se, por outro lado, foi uma reunião oficial: uma articulação entre o mandatário e representantes da comunidade imigrante para tratar de demandas coletivas, a opacidade é ainda mais grave. Neste caso, recai sobre os envolvidos a obrigação de prestar contas à comunidade que alegam representar.

Especialistas em transparência pública defendem que um encontro oficial de tal magnitude, envolvendo o cargo de Presidente do Estado Plurinacional da Bolívia, deve ser documentado com a seriedade protocolar inerente a atos de governo. A comunidade boliviana no Brasil, que conta com milhares de cidadãos, tem o direito de saber:

  • A lista completa dos participantes e qual o respaldo representativo de cada um perante a comunidade.
  • As pautas e propostas apresentadas pelos imigrantes ao presidente.
  • As respostas e compromissos formais assumidos por Luis Arce, Presidente da Bolívia.
  • O acesso a qualquer minuta ou documento de intenções que tenha sido gerado durante o encontro.

A seriedade do caso exige transparência total. A falta de informações oficiais deixa um vácuo que alimeanta especulações e prejudica a credibilidade do processo, seja ele qual for. Enquanto os envolvidos se mantiverem em silêncio, a pergunta que permanece no ar é: o que foi combinado em nome dos bolivianos de São Paulo, dentro de um consulado, com o seu presidente?.
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* É uma forma de atuação política na qual existe um claro interesse em manipular ou agradar a massa popular, incluindo promessas que muito provavelmente não serão realizadas, visando apenas à conquista do poder político e ou outras vantagens correlacionadas.

** ERRATA: Nesta matéria publicada em (08/10/25), informamos incorretamente que restavam dois meses para o término do mandato do presidente da Bolívia, Luis Arce Catacora. A informação correta, conforme nota oficial do governo boliviano, é que resta um mês para o fim de sua gestão. A redação do BC lamenta o equívoco.: “La Paz, 05 de octubre de 2025 (ABI).– El presidente Luis Arce “no tiene la más mínima intención de prorrogarse” en el cargo y entregará el mando de Bolivia el 8 de noviembre a quien salga electo en el balotaje de este 19 de octubre, por lo que el Gobierno será celoso guardián de la democracia y del derecho al voto ciudadano, aseguró la ministra de la Presidencia, María Nela Prada“.

fotos: Divulgação (Luiz Arce)

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