Boliviano é preso por atropelamento fatal no Brás: um alerta sobre álcool, direção e a comunidade imigrante em SP

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Preso por atropelamento fatal, motorista boliviano tinha histórico de embriaguez ao volante; caso reacende debate sobre consumo de bebidas e trânsito em festividades imigrantes

Publicado • 07/05/25 às 19:26h
Atualizado • 07/05/25 às 20:02h

A madrugada do último sábado (3) terminou em tragédia no Brás, região central de São Paulo. José Francelino Moreira, 47 anos, vigilante noturno, foi atropelado e morto por um motorista que fugiu sem prestar socorro. O suspeito, Angel Mamani Urquizo, 36 anos, boliviano, foi preso na noite de segunda-feira (5) após denúncia anônima. O caso reacendeu um debate sensível: o consumo de álcool por parte de membros da comunidade boliviana que dirigem após festividades culturais, um problema que preocupa tanto imigrantes quanto paulistanos.

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O crime e a fuga

Câmeras de segurança registraram o momento em que o Fiat Palio vermelho, conduzido por Angel Mamani, atingiu Moreira por volta das 3h45 na rua Coimbra – Brás. O veículo seguia em velocidade moderada, mas não parou após a colisão. Pior: um pedestre aproveitou a cena para furtar o celular da vítima, ainda caída na via. A polícia também investiga esse segundo envolvido.

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O carro foi encontrado na casa do suspeito, na Brasilândia, com amassados no capô. Mamani, que já tinha histórico de dirigir embriagado, estava com a CNH suspensa. A Justiça autorizou sua prisão temporária por homicídio qualificado, com agravantes de fuga e omissão de socorro.

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Um problema recorrente

O caso não é isolado. Nos últimos anos, autoridades e líderes comunitários vêm alertando para os riscos da combinação entre álcool, direção e festas típicas bolivianas, comuns em bairros como Brás, Pari e a exemplo da cidade de Itaquaquecetuba. Muitas celebrações envolvem o consumo excessivo de cerveja, seguidas por deslocamentos de carro nas madrugadas.

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“Já vimos acidentes assim antes. Alguns imigrantes não têm noção dos perigos ou acham que não serão pegos”, comenta Juan Arlindo*, boliviano que trabalha no Brás. “Mas a comunidade está preocupada. Ninguém quer ver mais mortes.”

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Fiscalização e conscientização

A Polícia Civil e a CET (Companhia de Engenharia de Tráfego) devem reforçar a fiscalização em áreas de concentração de imigrantes, especialmente aos fins de semana. No entanto, organizações pedem ações além da repressão:

“Precisamos de campanhas em espanhol, palestras nas associações bolivianas e diálogo com os donos de festas”, sugere Marta Rivas*, “Muitos não conhecem as leis brasileiras ou subestimam os efeitos do álcool.”

Enquanto a investigação segue, a morte de José Francelino virou símbolo de uma questão urgente. Para as famílias imigrantes, é um chamado à responsabilidade. Para a cidade, mais um lembrete de que a segurança no trânsito exige inclusão e prevenção.

*Pseudônimo dos entrevistados

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“Yo Cuido a Mi Amigo”: Campanha combate abuso de álcool em comunidades imigrantes de SP

 

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Criado e implementado no ano de 2016 pelo projeto Bolívia Cultural, a campanha Yo Cuido a Mi Amigo atua sem patrocínios ou apoio institucional para enfrentar os impactos negativos do consumo excessivo de álcool entre famílias imigrantes em São Paulo, com ênfase na comunidade boliviana.

Com abordagem preventiva e comunitária, a iniciativa busca conscientizar sobre os riscos do alcoolismo, promovendo hábitos mais saudáveis e fortalecendo laços sociais. (SAIBA MAIS).
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