Evento em Guarulhos evidencia a perda de engajamento da representação diplomática, contrastando com atos históricos que reuniam milhares de imigrantes bolivianos.
Publicado • 25/01/25 às 14:18h
No dia 22 de janeiro, data em que a Bolívia celebra a fundação do Estado Plurinacional, o Consulado Boliviano em São Paulo organizou um ato cívico na cidade de Guarulhos. A cerimônia contou com a presença de uma pequena parcela da comunidade boliviana local, evidenciando o fraco poder de convocação da atual gestão consular.
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Falta de Engajamento do Consulado Boliviano em SP Expõe Distanciamento da Comunidade Imigrante
A recente celebração do 16º aniversário do Estado Plurinacional da Bolívia, organizada pelo Consulado Boliviano em São Paulo, evidenciou a frágil capacidade de mobilização da atual gestão consular. O evento, realizado em Guarulhos, contou com a participação de um número reduzido de imigrantes bolivianos, um cenário que contrasta fortemente com atos históricos promovidos por administrações anteriores, que chegaram a reunir milhares de compatriotas.
A baixa adesão levanta questionamentos sobre a capacidade da equipe consular, liderada pelo cônsul-geral Rolando Ignacio Bulacios e pela cônsul Vania Scarley Claros Seleme, de se conectar com a ampla e diversa diáspora boliviana no estado de São Paulo. Além de um evidente desinteresse na articulação com lideranças comunitárias, a falta de empatia da representação diplomática compromete o fortalecimento da identidade cultural boliviana no Brasil.
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Diferente de períodos anteriores, nos quais a mobilização do consulado era um elemento crucial para a participação da comunidade em eventos institucionais, a atual gestão demonstra dificuldades em estabelecer um diálogo eficaz com os imigrantes. Essa desconexão prejudica não apenas a realização de atos cívicos, mas também a implementação de ações que garantam o acesso da população boliviana a serviços essenciais e à preservação de sua cultura no exterior.
Em um contexto de desafios crescentes para a comunidade imigrante, a ausência de um consulado atuante pode ter impactos significativos na representatividade dos bolivianos no Brasil. A falta de uma estrutura orgânica de comunicação e mobilização não apenas esvazia eventos oficiais, mas também enfraquece o vínculo entre o Estado boliviano e seus cidadãos residentes no exterior. O papel do consulado, que deveria ser o de acolher e representar essa população, parece estar distante dessa missão, deixando a diáspora boliviana cada vez mais desamparada e sem voz institucional.
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Se essa tendência continuar, a comunidade boliviana em São Paulo poderá enfrentar um isolamento ainda maior, perdendo importantes espaços de reconhecimento cultural e político. A indiferença do consulado não apenas mina a participação popular nos eventos oficiais, mas também compromete a construção de políticas eficazes para atender às necessidades da população boliviana no Brasil.
A celebração do Estado Plurinacional deveria ser um momento de união e fortalecimento da identidade boliviana no exterior. No entanto, a realidade demonstrada neste último evento reflete um cenário preocupante, no qual a representatividade consular se enfraquece e a comunidade boliviana segue sem um apoio institucional sólido.
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