Justiça em Tempo Recorde: Polícia Prende Suspeito de Feminicídio em SP

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Covarde assassinato de filha de imigrantes, com 18 facadas, gera onda de indignação nas redes sociais; polícia prende ex-namorado graças a imagens de câmeras de segurança.

São Paulo • 04/11/25 às 11:12h
Atualizado • 04/11/25 às 11:44h

Na noite de quarta-feira (29), um crime brutal interrompeu a vida da jovem Eslenca Fabiana Moreira Quispe (brasileira filha de imigrantes bolivianos), de 18 anos, dentro de um hotel na zona leste da capital. A agilidade da polícia, no entanto, fez com que o suspeito, Cristian Mamani Mamani, de 19 anos, (boliviano), fosse preso na segunda-feira 03 de novembro, dias depois do feminicídio. A velocidade da captura, contudo, não foi capaz de conter a dor e a revolta que se espalharam como um rastro de fogo pela comunidade imigrante boliviana e por moradores de São Paulo, que transformaram as redes sociais em um palco de luto e de clamor por justiça.

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Tudo começou, quando os dois jovens foram vistos entrando juntos no hotel por câmeras de segurança. Cristian pagou R$ 50 para ficar duas horas em um quarto. O estabelecimento, que à revelia da Lei nº 9.871 não solicitou identificação dos hóspedes, tornou-se o cenário do horror. Horas depois, as mesmas câmeras flagraram a saída precipitada e solitária do jovem, que, para completar a fuga, rendeu um funcionário com uma faca, a mesma que, segundo as investigações, foi possivelmente usada para ceifar a vida da jovem Eslenca.

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Os pedidos de socorro da jovem, emitidos ainda do quarto, não foram suficientes. Encontrada pela equipe de socorro, Eslenca já estava sem vida, vitimada por 18 ferimentos cortantes. A cena chocou até os policiais mais experientes.

A eficiência policial falou mais alto. A análise minuciosa e rápida das imagens das câmeras levou à identificação e localização de Cristian Mamani Mamani, que foi preso ainda na segunda-feira. Diante dos agentes, manteve-se em silêncio. Mas as provas, consolidadas pelos depoimentos dos funcionários e pelo registro visual, foram incontestáveis para a Justiça, que decretou sua prisão temporária pelo crime de feminicídio, cuja pena varia de 20 a 40 anos de reclusão.

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Comunidade Transforma Luto em Luta nas Redes

Enquanto a máquina da Justiça começava a girar, o coração da comunidade fervia. A notícia do assassinato covarde de Eslenca, uma brasileira filha de pais bolivianos, disseminou-se com força nas plataformas digitais. Hashtags com seu nome e mensagens de repúdio viralizaram, somando milhões de visualizações e milhares de comentários. “Justiça por Eslenca” tornou-se um mantra digital, um grito coletivo que uniu imigrantes e paulistanos na mesma indignação massiva contra a violência de gênero.

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Velas e Orações no Dia de Finados

O luto, porém, não vive apenas no mundo virtual. No domingo (2), a tradição ganhou um peso mais doloroso. Na Igreja Nossa Senhora da Paz, ponto de encontro da comunidade boliviana para celebrar o Dia de Todos os Santos e homenagear os entes queridos, o nome de Eslenca já era lembrado. Amigos se reuniram, suas vozes embargadas pela emoção, envolvendo a memória da jovem em orações. O que seria uma homenagem ritualística transformou-se em um velório antecipado e comovente, uma mostra do vazio imenso deixado por uma jovem vida interrompida de forma tão violenta.

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Em meio às celebrações do Dia de Todos os Santos, a memória da jovem Eslenca é envolta em oração na Igreja Nossa Senhora da Paz. Com vozes embargadas pela emoção, amigos se reuniram no local, ponto de encontro da comunidade boliviana, para homenagear os entes queridos. (Foto: Bolívia Cultural).

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Que o nome de Eslenca Fabiana Moreira Quispe não seja apenas mais uma estatística trágica nos boletins de polícia, mas um grito de alerta que entre sem pedir licença nos lares dos imigrantes bolivianos nas casas dos paulistanos, um lembrete doloroso do preço final da violência que começa com o ciúme, o controle e a incapacidade de aceitar um “não”. Que sua história, interrompida às vésperas da vida adulta com extrema crueldade, seja o farol que ilumine a saída para outras mulheres em relacionamentos opressivos, dando-lhes a coragem de denunciar a primeira ameaça, o primeiro empurrão, a primeira facada verbal. Que Eslenca se torne o nome que sinalize o fim da impunidade, um símbolo permanente de que a justiça, ainda que tardia para alguns, deve ser implacável e rápida, e de que a sociedade não mais se calará. Que cada lembrete de sua vida curta, mas preciosa, fortaleça a rede de apoio e reafirme que nenhum amor pode custar a vida. A luta agora é para que Eslenca não tenha morrido em vão, e que seu legado seja a salvação de incontáveis outras.

fonte:
vídeo – Balanço Geral

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