Publicado em 27/08/14 às 12:10h
Atualizado em 26/08/14 às 19:19h
No ano de 2014, o Palmeiras marcou seu centenário com uma cerimônia grandiosa, honrando seus ídolos em uma celebração à altura da data histórica. O local escolhido para comemorar um século de vida do clube foi o prestigioso Credicard Hall, em São Paulo. Entre os ilustres presentes na festa, destacava-se o então Deputado Federal Jair Bolsonaro, eleito como o mais votado do Rio de Janeiro naquela época.
Na noite de 27 de agosto de 2014, sob os holofotes da badalada estrutura paulistana, o repórter Antonio Andrade (boliviano) teve a ousadia de entrevistar Bolsonaro. A pauta selecionada foi a preocupante insegurança enfrentada pelas residências de imigrantes na cidade de São Paulo. Gangues invadiam os lares dos imigrantes, perpetrando roubos e torturas físicas e psicológicas contra crianças, mulheres e chefes de família, em especial, as famílias bolivianas.
Um dos episódios mais comoventes que ganhou destaque na mídia foi a morte de Brayan, um menino de cinco anos, vítima de um disparo na cabeça durante uma dessas invasões. Este trágico evento reverberou em toda a sociedade brasileira, tornando-se um assunto urgente a ser abordado com o então Deputado Federal.
Diante do repórter do Bolívia Cultural, Bolsonaro, com a cara visivelmente fechada, respondeu com suas habituais frases de impacto que o caracterizam.
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“A gente não vai combater a criminalidade com flores, ok, eu considero os presídios brasileiros excepcionais, por que, lá e o lugar para pagar seu crime, não é para se regenerar, e quem não quer ir pra lá e só não roubar, não estuprar, não sequestrar, não praticar homicídios, que não vá pra lá”, “redução da maioridade penal já, uma política séria de planejamento familiar, entre outros ingredientes você pode atenuar a questão da insegurança em nosso pais” finalizando com o comentário dedicado aos imigrantes no Brasil…
“o PT da guarita a todas essas pessoas.. nós devemos preservar o Brasil, o que a de pior no mundo tá vindo pra cá, não só apenas da Afríca, como de aqui na América do Sul, da América Central, até iranianos agora conseguiram via câmera entrada no Brasil, sem visto, ou seja nós podemos transformar aqui num caos nosso pais dado o número de imigrantes, que como eu falo, que é o pior que tem lá fora, vai trazer um caso aqui”.
Finalizou Jair Bolsonaro, com uma expressão fechada, vermelho pela entonação marcante da sua fala.
Nos últimos anos, uma série de eventos marcantes moldaram o cenário político brasileiro. Em 28 de outubro de 2018, Jair Bolsonaro foi eleito presidente do Brasil, assumindo o cargo em um período de intensa polarização política e social. Durante sua gestão, o mundo foi assolado pela pandemia de COVID-19, que ceifou milhares de vidas ao redor do globo. No entanto, o presidente Bolsonaro enfrentou críticas por seu histórico de negacionismo em relação à gravidade da doença e às medidas de combate necessárias.
Em 30 de outubro de 2022, Luiz Inácio Lula da Silva foi eleito presidente da República pela terceira vez, retornando ao centro do poder político nacional. No entanto, em 2024, Jair Bolsonaro se viu envolvido em uma série de acusações relacionadas aos distúrbios golpistas que mancharam a história da democracia brasileira. Os eventos de 8 de janeiro de 2023, quando bolsonaristas criminosos depredaram o Palácio do Planalto, o Congresso Nacional e o Supremo Tribunal Federal, permanecem como um símbolo sombrio desse período conturbado.
Neste contexto político e social complexo, Jair Bolsonaro tem mantido uma postura inflexível em relação à questão da imigração que chega ao Brasil. No entanto, seria oportuno para o político adotar uma visão mais moderna em um mundo globalizado e reconhecer a contribuição significativa que os imigrantes trazem para o crescimento e desenvolvimento do Brasil. A capacidade de entender e abraçar a diversidade cultural e étnica pode ser fundamental para a construção de uma sociedade mais inclusiva e próspera para todos os brasileiros.
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