Impasse no Uso do CNPJ para a Realização da Festividade Boliviana no Sambódromo do Anhembi

A falta de transparência entre a ASSEMPBOL e a ACFIBB gera descontentamento e críticas. Negociações sobre o uso do CNPJ evidenciam tensões entre as instituições.

Publicado • 25/07/24 às 17:25h
Atualizado • 25/07/24 às 17:37h

Reunião de Esclarecimento

Na noite de 24 de julho de 2024, a Rua Coimbra, no Brás, foi palco de uma reunião de esclarecimento institucional entre duas importantes instituições culturais de imigrantes bolivianos em São Paulo. De um lado, a Associação de Empreendedores Bolivianos (ASSEMPBOL), fundada em 2012 e conhecida pela promoção do comércio de alimentos, cereais, artesanato e pela valorização da cultura boliviana. Aos finais de semana, a ASSEMPBOL organiza a tradicional Feira Coimbra, atraindo grande número de visitantes.

Do outro lado, a recém-criada Associação Cultural Folclórica Imigrantes Bolivianos no Brasil (ACFIBB), fundada em 2024, que planeja realizar um grande evento no Sambódromo do Anhembi para celebrar as festas pátrias da Bolívia no dia 10 de agosto. No entanto, a ACFIBB enfrentava um obstáculo significativo: a falta de um CNPJ adequado para a locação do espaço.

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A Questão do CNPJ

A solução encontrada foi a solicitação de parceria institucional com a ASSEMPBOL para o uso de seu CNPJ, mediada politicamente pelo Sr. Eduardo de Febo (Coordenador do Governo Local na Subprefeitura da Mooca). O presidente da ASSEMPBOL, Sr. Ronald Mamani, atendeu prontamente ao pedido, assinando a parceria. No entanto, essa decisão não foi comunicada nem à diretoria da ASSEMPBOL nem aos associados, gerando desavenças internas e críticas severas.

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ASSEMPBOL
Ronald Mamani, presidente da ASSEMPBOL, pediu desculpas por ter assinado uma parceria sem consultar a sua base, argumentando que tudo foi feito para incentivar a cultura da Bolívia no Brasil. – foto: Bolívia Cultural

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Falta de Respeito Institucional e Abuso da Ingenuidade

Dois pontos principais predominaram na reunião: a falta de reconhecimento da ASSEMPBOL na divulgação do evento e a questão financeira. Primeiramente, foi questionado por que a ASSEMPBOL não foi mencionada como apoiadora do evento em nenhuma comunicação oficial da ACFIBB. Em segundo lugar, a parceria e os valores negociados para o uso do CNPJ foram informados aos associados da ASSEMPBOL apenas um dia antes da reunião (23/07/24), sem documentação formal que registrasse o acordo.

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Gestão da Festa no Sambódromo

A diretoria da ACFIBB, composta por Rolando Lucana (presidente), Juan Bautista Quispe (vice-presidente), Hector Felipe Laura (secretário de finanças) e Cristobal Poma (secretário geral), destacou que o evento no Sambódromo visa valorizar o folclore boliviano, não tendo fins lucrativos. Contudo, o alto custo e a burocracia envolvida têm sido desgastantes. Apenas 50 ingressos foram vendidos até o momento, e cada dançarino participante também terá que pagar seu ingresso.

A mediação política do Sr. Eduardo de Febo foi crucial na negociação do contrato entre a ACFIBB e a empresa GL Events Brasil, que administra o Sambódromo.

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asfibb
Rolando Lucana, presidente da ACFIBB, não quis conceder entrevista, justificando sua postura ao acusar a imprensa de desvirtuar as informações sobre os valores dos ingressos para assistir ao evento no Sambódromo do Anhembi. Foto – Bolívia Cultural.

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Discussão e Conclusões

A reunião foi marcada por discussões acaloradas entre os comerciantes associados da ASSEMPBOL e a diretoria da ACFIBB. Como conclusão, ambas as instituições decidiram renegociar a parceria nesta quinta-feira, 25 de julho, com a possibilidade de substituir o CNPJ da ASSEMPBOL por outra parceria. “Se eu soubesse que existia brigas entre estas duas instituições, eu não teria solicitado o CNPJ da ASSEMPBOL”, afirmou Eduardo de Febo.

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Tentativa de Cerceamento da Liberdade de Imprensa

A reunião foi transmitida ao vivo pela “Rede Uri de Comunicação Web”, com registros do Portal de Notícias Bolívia Cultural. É importante destacar que o evento folclórico de 10 de agosto no Sambódromo, celebrando a Bolívia, despertou grande interesse entre bolivianos no Brasil, na Bolívia e na diáspora. Sendo de interesse popular, é imprescindível uma cobertura transparente, com a prerrogativa fundamental da transparência institucional e o direito de expressão e informação dos imigrantes bolivianos e da sociedade brasileira.

Em determinados momentos, esse direito tentou ser cerceado por integrantes de ambas as instituições envolvidas. No entanto, graças ao critério e bom senso em preservar o direito fundamental e legítimo de registrar e ilustrar informações de extrema importância social, cultural, folclórica e agora bilateral, a transmissão foi mantida. (assista o vídeo completo aqui)

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Atividade cultural estratégica para união de povos irmãos

Com a entrada plena da Bolívia no MERCOSUL, essas atividades culturais não apenas fortalecem a região, mas também reafirmam os laços entre os países irmãos, Bolívia e Brasil, destacando a importância da liberdade de imprensa na valorização e promoção da diversidade cultural.

Este evento cultural, apesar das controvérsias, tem o potencial de reforçar as relações bilaterais e promover a integração regional, celebrando a rica herança folclórica boliviana em um dos palcos mais emblemáticos de São Paulo.

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