Bolivia Cultural reafirma reportagem e direito à informação em resposta a desmentido consular

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Em resposta à nota de desmentido do Consulado Geral da Bolívia em São Paulo, o Bolivia Cultural reafirma a integridade de sua reportagem, fundamentada no direito à liberdade de expressão e no dever jornalístico de informar a sociedade.

São Paulo • 09/10/25 às 20:41h

Em resposta à reportagem do Bolivia Cultural publicada em 08/10/25, sobre o não atendimento a uma cidadã brasileira, o Consulado Geral da Bolívia em São Paulo emitiu um desmentido em suas redes sociais, classificando a matéria como “carente de verdade”. Para embasar sua versão, a instituição apresentou um registro de atendimento de uma pessoa que não corresponde à pessoa que enviou o áudio à nossa redação.

Bolivia Cultural esclarece, desde já, que o nome “Aparecida da Silva”, utilizado na reportagem original, é um “pseudónimo”, uma prática jornalística ética e consolidada, respeitando a Lei Geral de Proteção de Dados (LGPD), ou Lei nº 13.709/2018, adotada com o único intuito de proteger a identidade e a privacidade da verdadeira denunciante, um direito fundamental garantido a qualquer cidadão no Estado Brasileiro.
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Por que foi produzida e publicada a mensagem da cidadã brasileira?

A pauta que originou a reportagem baseou-se num áudio enviado espontaneamente em 08/10/25 às 18:57h pela referida cidadã, onde ela, de forma educada, relatava a dificuldade em obter atendimento através dos contatos digitais do consulado. A decisão de publicar o caso deveu-se precisamente ao fato de ser um relato inusitado proveniente de uma cidadã brasileira, uma vez que a grande maioria das queixas que recebemos diariamente na redação do Bolívia Cultural – BC, são de imigrantes bolivianos.

Nossa redação é destinatária frequente de mensagens, majoritariamente via WhatsApp, de connacionais bolivianos que reportam dificuldades semelhantes de comunicação e atendimento através dos canais oficiais do consulado boliviano. A recorrência destes relatos é de tal ordem que se tornou, infelizmente, uma realidade crónica dentro da comunidade imigrante, amplamente conhecida pelos cidadãos bolivianos em SP.

O Bolivia Cultural, reafirma o seu compromisso inabalável com a transparência e a verdade jornalística. Acreditamos que a divulgação responsável de reclamações e falhas percebidas, longe de ser um ataque, é um mecanismo essencial para a prestação de contas e para o aprimoramento dos serviços públicos. É através do diálogo aberto e do reconhecimento de áreas a melhorar que as instituições, incluindo o Estado Boliviano dentro e fora das suas fronteiras, podem crescer e servir melhor aos cidadãos.

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Portanto, mantemos a integridade da nossa reportagem, fundamentada no direito à liberdade de expressão e no nosso papel de informar a sociedade sobre questões que afetam a comunidade boliviana e, neste caso específico, também os cidadãos brasileiros que procuram os serviços consulares.
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Bolivia Cultural solicita entrevista para balanço de gestão à Cônsul-Geral da Bolívia

Em um exercício de transparência, a direção do Bolivia Cultural buscou o direito de resposta diretamente com a Cônsul-Geral, Sra. Vania Claros. Nesta quinta-feira (09/10/25), às 18h09, uma ligação foi realizada para o seu número pessoal de WhatsApp, com o objetivo de convidá-la para uma entrevista sobre o balanço de sua gestão. A iniciativa, no entanto, não foi correspondida: a ligação não foi atendida.

Bolivia Cultural mantém seu compromisso inabalável com a verdade jornalística. Acreditamos que a divulgação responsável de falhas é um mecanismo essencial para a prestação de contas e a melhoria dos serviços públicos. Nossa redação permanece aberta ao diálogo, reafirmando que a verdade deve sempre ser exposta em prol do crescimento das instituições.
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Em nota final, Bolivia Cultural questiona falta de diálogo nas redes sociais do consulado

Ao finalizar nossos esclarecimentos, um último fato chama a atenção e parece sintomático do problema central em discussão: a página oficial do Facebook do Consulado Geral da Bolívia em São Paulo tem os comentários desabilitados em suas publicações.

A medida levanta questionamentos inevitáveis sobre o compromisso com o diálogo: Por que uma instituição pública priva a comunidade de se manifestar? As redes sociais, por sua própria natureza, são ferramentas de interação bidirecional, concebidas para a “socialização” por meio da transmissão *e* recepção de comentários.

Quando um canal de comunicação oficial suprime a voz do cidadão, especialmente do imigrante boliviano a quem deve servir, transforma um espaço potencialmente democrático em um monólogo institucional. Se o diálogo flui apenas em um sentido, a pergunta que se impõe é: o que se teme ouvir?

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A postura corrobora as inúmeras queixas que recebemos sobre a dificuldade de estabelecer um canal de comunicação eficaz com a representação consular. Um verdadeiro serviço público pressupõe escuta ativa. O silenciamento digital, voluntário ou não, é a antítese desse princípio.

Atenciosamente,
Antonio Andrade Vargas
Diretor
Bolívia Cultural & Planeta América Latina

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