Batata andina: fonte alimentar e símbolo cultural essencial para milhões de bolivianos, preserva tradições ancestrais e fortalece a economia rural
Publicado • 15/01/22 às 12:34h
Atualizado • 04/11/22 às 01:53h
Conhecida como “Ch’oqe” no mundo aymara, a batata é um dos cultivos alimentares mais antigos e importantes das Américas. Esse tubérculo é hoje o quarto alimento mais produzido no mundo, atrás apenas do arroz, do milho e do trigo, com significativa importância na dieta de milhões de pessoas nos países em desenvolvimento, especialmente em regiões da América do Sul, África e Ásia. A Bolívia, berço de variedades milenares, cultiva aproximadamente 230 das mais de 4.500 variedades conhecidas no planeta, destacando-se como uma fonte vital de carboidratos para a dieta de 80% da população boliviana.
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O impacto da batata vai além da alimentação. Para muitos bolivianos, especialmente nas comunidades andinas, ela é um bem de valor cultural e econômico que atravessa gerações e classes sociais. A produção e o consumo da batata sustentam pequenas economias rurais e promovem segurança alimentar, sendo fundamental para as camadas mais vulneráveis da sociedade. “O cultivo da batata, especialmente nas áreas rurais do entorno do Lago Titicaca, mantém segredos ancestrais no plantio, preservados por tradições que datam de séculos. A semeadura ocorre sempre entre 20 e 25 de janeiro, um período sagrado para os agricultores locais”, revelou um mestre agricultor em entrevista a Inés Quispe, âncora do programa TAYPI, da RTP (Rádio Televisión Popular) de La Paz, em janeiro de 2020.
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O Banco Nacional de Germoplasma de Tubérculos e Raízes Andinas preserva atualmente 1.760 variedades de batata
Localizado na Bolívia, este banco de germoplasma é responsável por conservar a diversidade genética de tubérculos andinos, incluindo variedades únicas de batata que representam um patrimônio agrícola e cultural da região.