Bolivianos em São Paulo mantêm viva a chama da liberdade: Desfile cívico na Praça Kantuta homenageia o 16 de Julho

Imigrantes celebram o legado libertário de La Paz, relembrando a história que inspirou a independência da Bolívia

Publicado • 11/07/25 às 02:28h
Atualizado • 11/07/25 às 22:22h

No coração do bairro do Pari, em São Paulo, a Praça Kantuta se transforma, todos os anos, em um pedaço da Bolívia. No próximo domingo, 13 de julho, a partir das 14h, a comunidade boliviana realizará um desfile cívico em homenagem ao 16 de Julho, data que marca o início da luta pela independência do país andino. O evento, que reúne centenas de imigrantes e descendentes, é uma demonstração de orgulho e resistência, mantendo viva a memória histórica mesmo longe da pátria.

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A chama que não se apaga: O significado do 16 de Julho

O Dia de La Paz (16 de julho) não é apenas uma data regional – é um símbolo da coragem que deu início à libertação da Bolívia. Em 1809, liderados pelo patriota Pedro Domingo Murillo, os habitantes de La Paz (então chamada de Alto Peru) se rebelaram contra o domínio espanhol, declarando sua autonomia. Esse ato, conhecido como o “Primer Grito Libertario” (Primeiro Grito de Liberdade), foi o estopim de um movimento que, anos depois, culminaria na independência definitiva do país, em 6 de agosto de 1825.

Murillo, antes de ser executado pelos espanhóis, deixou uma frase que ecoa até hoje: “La tea que dejó encendida, nadie la podrá apagar!” (“A tocha que acendeu, ninguém poderá apagar!”). Essa chama simbólica permanece acesa não só na Bolívia, mas também no coração dos imigrantes que, em São Paulo, preservam suas tradições e história.

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Praça Kantuta: O palco da resistência cultural boliviana

Localizada próximo à Estação Armênia do Metrô, a Praça Kantuta é um marco da presença boliviana na capital paulista. Batizada em homenagem à flor nacional da Bolívia, o espaço se tornou um polo cultural, onde se celebram festivais, feiras e manifestações políticas. O desfile do 16 de Julho é um dos eventos mais significativos, reunindo danças típicas, música andina e discursos que relembram a luta pela liberdade.

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Uma celebração que atravessa fronteiras

Apesar de o Dia da Independência da Bolívia ser oficialmente comemorado em 6 de agosto, o 16 de Julho tem um significado especial para os paceños (naturais de La Paz). Em São Paulo, a data é celebrada com o mesmo fervor, incluindo:

• Desfile cívico com tochas, trajes típicos e bandeiras;

• Apresentações folclóricas :

  – 14:00 Caporal Mi Viejo
  – 14:30 Fica Cochabamba Kjochalos de Corazón
  – 15:00 Salay Bolivia
  – 15:30 Grupo Kantuta Bolívia
  – 16:00 Tinkus San Simón
  – 16:30 Comunidad Autóctona Vientos del Ande
  – Salay Cochabamba

• Discursos sobre a importância da memória histórica;

• Feira gastronômica com comidas típicas, como salteñas e anticuchos e muito mais.

“É emocionante ver nossas crianças crescendo conhecendo sua história”, diz Maria Fernandez, mãe de duas meninas que participarão do desfile. “Elas nasceram no Brasil, mas a Bolívia vive nelas.”

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A luta continua: Identidade e resistência na diáspora

Para muitos bolivianos em São Paulo, a celebração do 16 de Julho vai além do aspecto histórico – é também uma forma de reafirmar sua identidade em um país estrangeiro. A comunidade enfrenta desafios como preconceito e exploração laboral, mas encontra na cultura uma forma de resistência.

“Nosso povo sempre lutou por liberdade, seja contra os espanhóis, seja por direitos aqui no Brasil”, reflete Luisa Quispe, líder comunitária. “Esse evento mostra que não estamos sozinhos e que nossa história não será apagada.”

Serviço

O que? Desfile cívico em homenagem ao 16 de Julho
Onde? Praça Kantuta – R. Pedro Vicente, 600 – Pari (próximo ao Metrô Armênia)
Quando? Domingo, 13 de julho de 2025, a partir das 14h
Entrada: Gratuita

“La tea que dejó encendida, nadie la podrá apagar!”
A chama da liberdade segue viva, iluminando o caminho dos bolivianos, dentro e fora de sua terra natal.