Fim da Era dos “BUSCA PEGAS”: Bolívia Profissionaliza seu Corpo Diplomático

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Chanceler Fernando Aramayo anuncia: Fim da era dos MÉDICOS e ENGENHEIROS nos postos diplomáticos: agora, só profissionais de carreira representarão a Bolívia no mundo.

São Paulo • 03/12/25 às 11:21h
Atualizado • 03/12/25 às 12:02h

Para milhares de bolivianos que vivem no exterior, o atendimento em um consulado muitas vezes vinha acompanhado de uma pergunta silenciosa: “Esta pessoa está realmente preparada para me ajudar?”. Essa dúvida, comum em comunidades de migrantes, pode estar com os dias contados. Em uma entrevista franca à rede estatal Bolivia TV, o chanceler Fernando Aramayo anunciou uma revolução silenciosa, porém profunda, no serviço exterior da Bolívia: o FIM DOS “BUSCA PEGAS”.

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O termo , coloquial “BUSCA PEGAS” e conhecido no país, refere-se à prática de nomear pessoas para cargos públicos por amizade, lealdade política ou militância, sem considerar qualificação técnica. “Este não é um exercício de entrega de pegas, nem de repartija de favores”, afirmou Aramayo, deixando claro que os tempos em que um médico ou um engenheiro podiam ser nomeados cônsules ou embaixadores simplesmente por suas conexões políticas chegaram ao fim. A medida visa substituir indicações por meritocracia, priorizando profissionais de carreira formados em diplomacia e relações internacionais.

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A mudança, segundo o chanceler, não é um capricho, mas a base para uma nova política exterior. “O primeiro que estamos trabalhando é qual vai ser a política exterior do país”, explicou, criticando que a anterior foi “inexistente” e “tutelada por interesses de outros países”. A nova estratégia buscará inserir a Bolívia nos fluxos globais de comércio, tecnologia e inovação, temas que demandam especialistas, e não amadores bem relacionados. “Vamos poder definir em que regiões, em que países, que tipo de perfis necessitamos”, detalhou, seja um embaixador, um cônsul ou um agregado comercial.

O processo, no entanto, exige paciência e respeito à lei. Aramayo reconheceu que ainda há representantes nomeados pela administração anterior do MAS em seus postos, mas garantiu que todas as mudanças seguirão o devido processo legal. “Porque Bolívia tem que dar sinais de que o Estado de Direito está vigente neste país”, argumentou, ressaltando que o objetivo é instituir uma nova cultura institucional que sobreviva a futuros governos.

A pedra angular desta transformação será o relançamento da Academia Diplomática, com um currículo modernizado e parcerias com países como Egito, Japão, Brasil e Argentina. “E, sobretudo, devolver-lhes a ilusão de que se cursarem na academia diplomática, vão ter um futuro no serviço exterior”, concluiu o chanceler. Para os bolivianos no mundo, a promessa é clara: no lugar do “busca pegas”, uma representação profissional, estratégica e, finalmente, à altura dos seus direitos e necessidades.

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