A Jornada Invisível: Como o Trabalho das Mulheres em Casa As Afasta do Mercado de Trabalho

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Enquanto cozinham, limpam e cuidam da família sem receber um real, milhões de brasileiras e imigrantes veem a chance de uma carreira desaparecer. Especialistas alertam: essa desigualdade tem um custo alto para toda a sociedade.

São Paulo • 07/10/25 às 23:31h

Imagine acordar, preparar o café, levar as crianças à escola, trabalhar fora, voltar para casa, fazer o jantar, ajudar com a lição de casa e colocar todo mundo para dormir. Agora, imagine fazer tudo isso sem que grande parte desse trabalho seja reconhecido ou pago. Essa é a realidade de milhões de mulheres no Brasil, que realizam uma carga dupla e exaustiva de afazeres domésticos e cuidados com a família.

Essas tarefas, cozinhar, limpar, cuidar de crianças e idosos, são a coluna vertebral das nossas famílias e da nossa economia. São essenciais, mas permanecem profundamente invisíveis. O resultado? Uma multidão de mulheres talentosas e capazes é empurrada para fora do mercado de trabalho, sem tempo ou energia para buscar uma vaga, uma promoção ou mesmo uma qualificação.

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“É uma situação profundamente injusta”, analisa uma pesquisadora em estudos de gênero. “A sociedade se beneficia desse trabalho não pago, mas a conta é arcada individualmente por cada mulher, que vê suas oportunidades profissionais minguarem.”

O impacto dessa desigualdade vai muito além da vida dessas mulheres. Quando metade da população não consegue participar plenamente da economia, todo mundo perde. Estudos mostram que se os países investissem em políticas que apoiassem as mulheres, como licenças familiares mais justas, acesso à creche e incentivos à divisão de tarefas em casa, a economia global daria um salto impressionante.

A solução, segundo especialistas, começa por dar o devido valor ao trabalho invisível, reconhecendo publicamente sua importância econômica e social. Paralelamente, é fundamental construir uma rede de apoio robusta. “Precisamos de creches em tempo integral, de empresas que ofereçam horários flexíveis e, principalmente, de uma conversa honesta dentro de casa, para que os homens também assumam sua parte responsável nos cuidados”, defende a socióloga e ativista peruana Isabel Camacho.

O futuro do trabalho e da sociedade depende diretamente de como resolveremos essa questão. Permitir que as mulheres tenham escolhas reais, entre cuidar de suas famílias e construir uma carreira – não é apenas uma questão de justiça. É a chave para construir uma economia mais forte e uma sociedade onde todos, sem exceção, possam prosperar.

Leia o relatório completo: Panorama de Gênero 2025 – Progresso nos Objetivos do Desenvolvimento Sustentável (em Inglês)

fonte: onumulheres.org.br/

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