Vozes da Bolívia Presentes no Encontro Internacional de Mídias Independentes

Loading

Comunicadores bolivianos levam a força da narrativa comunitária e das lutas sociais ao LATINA, no Brasil, representando um jornalismo enraizado no povo

São Paulo • 11/09/25 às 22:53h

Enquanto o mundo debate os rumos da informação entre inteligências artificiais e algoritmos, a força vital da comunicação emerge de suas bases. Do coração da América do Sul, três vozes distintas da Bolívia cruzam fronteiras para contribuir com essa discussão no LATINA, Encontro Internacional de Mídias Independentes, que acontece nos dias 12 e 13 de setembro, na Nave Coletiva, no Rio de Janeiro.

O evento se propõe a ser um caldeirão de ideias, reunindo mais de 40 comunicadores, ativistas e artistas de mais de 15 países do Sul Global. Em um continente definido por eleições decisivas e urgentes crises climáticas, o LATINA surge como um espaço crucial para tecer redes de comunicação livres e comprometidas com a justiça social.

E a Bolívia chega para esse diálogo global com uma riqueza singular: a profundidade de suas narrativas comunitárias.

.

A Força das Narrativas Coletivas

Representando esse espírito, está María Alejandra Salinas Quiroga. Com uma trajetória que percorre o serviço público e as organizações sociais, sua comunicação é instrumental. Seu trabalho feminista, focado em economia e justiça climática, vai além da reportagem; é um ato de construção. “Seu interesse é tecer narrativas coletivas”, como ela mesma define, fortalecendo as vozes dos povos e movimentos sociais que são a espinha dorsal da região.
.

Google search engine

Inovação a Serviço da Comunidade

Já Mijail Miranda Zapata representa a vanguarda da comunicação que nasce da comunidade e se apropria das ferramentas do presente. Autodidata, cofundador do veículo independente Muy Waso, Mijail é um arquiteto de novas linguagens. Seu trabalho com jogos de tabuleiro e experiências gamificadas para o jornalismo é um exemplo prático de como inovar para incluir. Seu compromisso é tangível: na Muy Waso, ele impulsiona fundos para apoiar a produção jornalística liderada por mulheres e pela diversidade, abrindo espaço para que mais vozes sejam ouvidas.
.

A Memória como Ato de Resistência

Talvez uma das representações mais pungentes do poder da comunicação comunitária venha de Quya Reyna (Reyna Maribel Suñagua Copa). Sua história pessoal se entrelaça com a história recente de seu país. Escritora e comunicadora, sua obra é um mergulho na memória coletiva. Seu livro “Los niños de Goni” não é apenas uma coleção de crônicas; é um testemunho vivo da infância durante a Guerra do Gás de 2003 em El Alto. Levar essa narrativa autobiográfica e crítica a um fórum internacional é afirmar que a comunicação mais poderosa é aquela carregada de verdade e identidade.

.

latina

.

Juntos, eles formam um microcosmo do que é a comunicação boliviana: diversa, inovadora e profundamente enraizada nas lutas e sonhos de sua gente. Sua participação no LATINA não é apenas sobre representar um país, mas sobre compartilhar um modelo de fazer jornalismo que entende que, antes de qualquer tecnologia, a informação precisa servir, acima de tudo, às pessoas.
.

Google search engine

O LATINA é uma realização da Mídia NINJA, Emergente e Floresta Ativista, com apoio do Pulitzer Center e da Fundação Heinrich Boll.

Google search engine

PUBLICIDADE

Compartilhe esta postagem:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Telegram
WhatsApp
Email
Print
Veja Também