Candidato Samuel Dória Medina critica isolamento do país e promete reaproximação com o Brasil

Loading

Candidato favorito promete reerguer economia e combater narcotráfico após anos de crise e isolamento

São Paulo • 13/08/25 às 10:19h

Enquanto a Bolívia se prepara para as eleições presidenciais deste domingo (17), uma parcela do eleitorado está a milhares de quilômetros de casa: em São Paulo, imigrantes bolivianos aguardam a oportunidade de eleger seu próximo presidente.

Em entrevista exclusiva ao Lumi Zúnica do Jornal da Record, o empresário e candidato Samuel Dória Medina, um dos favoritos com 20% das intenções de voto, não poupou críticas ao legado de Evo Morales e ao atual governo de Luis Arce. “Criamos uma economia controlada por um Estado inchado, enquanto os setores produtivos murchavam”, disparou.
.

 

.

Google search engine

Propostas de Samuel Dória Medina para Parceria com o Brasil

Medina destacou a necessidade de reaproximação estratégica com o Brasil caso seja eleito. Entre as principais propostas estão:

  1. Retorno da Petrobras e Investimentos em Gás Natural

    • Medina criticou a nacionalização das empresas sob Evo Morales, incluindo a saída da Petrobras, e afirmou:
      “Precisamos da presença da Petrobras na Bolívia. É uma empresa que conhece nosso território e pode explorar gás eficientemente, inclusive para exportação ao Brasil.”

    • Prometeu atrair investimentos brasileiros no setor energético, já que a Bolívia não explorou adequadamente suas reservas.

  2. Cooperação no Combate ao Narcotráfico e ao PCC

    • Reconheceu a influência crescente das máfias brasileiras, especialmente o PCC, e propôs:
      “Trabalharemos de forma coordenada com a Polícia Federal do Brasil e agências internacionais para combater o crime organizado.”

    • Citou a recente prisão de um líder do PCC na Bolívia como exemplo da necessidade de mais ações conjuntas.

  3. Integração ao Corredor Bioceânico (Santos-Pacífico)

    • Um dos projetos prioritários é incluir a Bolívia no corredor logístico que liga o Porto de Santos (Brasil) aos portos do Pacífico, facilitando o comércio regional.

    • “Estamos isolados, mas podemos ser um elo estratégico nessa rota. Precisamos do Brasil para viabilizar isso.”

  4. Atração de Investimentos Brasileiros em Agropecuária e Tecnologia

    • Enfatizou que empresários brasileiros já modernizaram setores agrícolas bolivianos (soja, frutas) e quer ampliar essa parceria:
      “A tecnologia brasileira é essencial para aumentar nossa produtividade.”

  5. Visita a Lula e Reforço Diplomático

    • Medina prometeu visitar o presidente Lula nos primeiros meses de governo:
      “O Brasil é um parceiro chave. Vamos criar condições para que seus investidores retornem e acabem com o isolamento da Bolívia.”

.

Crise e contrabando

Medina apontou o dedo para o que chama de “desastre fiscal”: subsídios mal dirigidos que alimentam o contrabando de combustível, vendido a 30 centavos de dólar na Bolívia e revendido a US$ 1 em países vizinhos, e reservas internacionais esgotadas. “Gastaram até o ouro e o dinheiro das aposentadorias. Agora, o ajuste será duro”, admitiu.

.

Narcotráfico e o “fantasma do PCC”

Sobre a escalada do narcotráfico, Medina foi direto: “As máfias brasileiras substituíram as colombianas aqui. O PCC tem raízes profundas, mas a PF já está ajudando, e queremos mais cooperação internacional”. Citou a recente prisão de um chefão da facção em território boliviano como exemplo do que precisa ser ampliado.

.

Google search engine

O fator Evo

Questionado sobre Morales, o candidato sorriu: “Ele marchou, fez greve de fome, bloqueou estradas… e só conseguiu perder apoio. Se fosse candidato, cairia no primeiro turno”. Para Medina, o ex-presidente é “um líder do passado” cujo partido “não será relevante após o dia 17”.

Fonte: Record News
Foto de capa: Record News

Google search engine

PUBLICIDADE

Compartilhe esta postagem:

Facebook
Twitter
LinkedIn
Pinterest
Telegram
WhatsApp
Email
Print
Veja Também