Folclore e Fé Boliviana Encantam São Paulo em Celebração do Bicentenário

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Evento na Zona Leste reúne tradição, folclore, gastronomia e integração cultural entre brasileiros e bolivianos

São Paulo • 10/08/25 às 12:34h
Atualizado • 10/08/25 às 19:36h

Sob um céu nublado típico de São Paulo, o vibrante folclore boliviano esquentou as ruas da Vila Matilde neste sábado 09 de agosto, transformando a região em um pedaço da Bolívia. O evento “Bolívia: Nosso Folclore e Fé – 2025”, organizado pela ACFIBB (Associação Cultural Folclórica Imigrantes Bolivianos no Brasil), começou com uma emocionante procissão em honra às padroeiras da Bolívia: Virgem de Copacabana, Virgem de Urcupiña e Virgem do Socabón, acompanhadas do Menino Jesus. Guiados pelo Pe. Irmani Borsatto, da Paróquia Nossa Senhora da Paz, centenas de fiéis e folcloristas percorreram as ruas próximas à Estação Vila Matilde, criando um cenário de cores, música e devoção que atraiu até mesmo quem passava apressado pelo metrô.

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Famílias inteiras, com crianças correndo entre os grupos de dança, se misturavam a curiosos brasileiros que, ao desembarcar do terminal de ônibus, se viram envolvidos pela energia contagiante da festa. O clima era de acolhimento e orgulho, não apenas da cultura boliviana, mas da identidade que esses imigrantes construíram em solo paulistano.

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Dança, Fé e um Público que Não Cabe Mais

O evento que faz parte do calendário de eventos oficial da cidade, já se consolidou como um dos mais aguardados no estado de SP, mostrou que o folclore boliviano em São Paulo precisa de mais espaço. As fraternidades, com trajes tradicionais e coreografias impressionantes, lotaram as ruas, deixando claro que a celebração cresce a cada ano, assim como o respeito dos paulistanos por essa manifestação cultural.

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Excesso de cobertura midiática gera atritos durante desfile folclórico boliviano em São Paulo

O tradicional desfile folclórico que celebrou o bicentenário da Bolívia na capital paulista enfrentou tensões devido ao grande número de profissionais de mídia tentando registrar o evento. De acordo com relatos obtidos pela reportagem em grupos de comunicação de imigrantes, mesmo fotógrafos e cinegrafistas contratados oficialmente pelas fraternidades folclóricas teriam enfrentado dificuldades para realizar seu trabalho sendo impedidos por organizadores do evento em determinados pontos do trajeto.

A situação chegou a comprometer momentaneamente o andamento das apresentações, com profissionais disputando posições privilegiadas para captação de imagens. Após intervenção espontânea de participantes e organização, estabeleceu-se um consenso tácito que priorizou o fluxo dos dançarinos, permitindo a continuidade do espetáculo.

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O episódio reacendeu o debate sobre os limites da cobertura midiática em manifestações culturais tradicionais. Curiosamente, a organização havia anunciado previamente em programa de grande audiência na comunidade boliviana, “restrições à captação de imagens digitais do evento”, medida que foi parcialmente implementada durante a realização.

Especialistas em gestão cultural apontam que o caso revela a necessidade de protocolos mais claros para conciliar a documentação dessas manifestações com a preservação de sua autenticidade e fluidez.

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Subprefeita Katia Falcão celebra cultura boliviana e arrisca passos de Salay em evento histórico

A subprefeita da Penha, Katia Falcão de Souza, foi uma das presenças mais calorosamente recebidas no evento, sendo cumprimentada pela diretoria da ACFIBB e pelos organizadores. Ruth Camacho, representante da associação, destacou a importância da visita: “A presença de autoridades como a subprefeita legitima o trabalho duro da comunidade boliviana na promoção da cultura e reforça a diversidade que fortalece São Paulo.”

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De sorriso fácil e postura descontraída, a jovem gestora não apenas acompanhou as apresentações, mas arriscou alguns passos do Salay 100% Boliviano, sob aplausos e risadas do público. Visivelmente emocionada com a energia do evento, Katia Falcão personificou o espírito de integração que marcou a celebração.

Sua presença, mais do que um protocolo, coroou o clima de irmandade entre brasileiros e bolivianos, mostrando que a cultura não tem fronteiras, e que a gestão pública pode, sim, ser feita com afeto e participação popular.

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Sabores e Lembranças que Ficam

Quem passou pela feira gastronômica dificilmente saiu sem provar um prato típico. O Fricasé, o Lechón ao forno e as irresistíveis Salchipapas dividiam atenções com o Fresco de Mocochinchi (bebida refrescante e açucarada, feita com pêssegos desidratados chamados mocochinchi – do quechua muquchinchi, passa de pêssego), bebida tradicional que refrescou o público sob o clima úmido de São Paulo.

Já sem barracas de artesanato, muitos visitantes brasileiros saíram frustrados, não pela falta de lembrancinhas do evento. “Queria levar uma lembrança para casa”, comentou uma moradora da região, “mas acabei levando algo melhor: uma nova visão sobre a comunidade boliviana aqui”.

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Uma Celebração que Une Dois Países

No fim do dia, o que ficou foi a certeza de que a Bolívia não está apenas na geografia, está no coração de São Paulo. Seja pela fé, pela dança ou pela gastronomia, o evento mostrou que, depois de 200 anos de história, a Bolívia segue escrevendo sua trajetória também no Brasil, e os paulistanos estão cada vez mais orgulhosos de fazer parte dela.

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Serviço

O evento “Bolívia: Nosso Folclore e Fé” é realizado anualmente pela ACFIBB e neste ano integrou as comemorações oficiais do Bicentenário da Bolívia.

fotos:
Leonor Hills Fotos

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