Bandidos disfarçados de policiais civis assaltam família boliviana e são presos na Zona Leste

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Há anos, bandidos travestidos de policiais civis vêm aterrorizando comerciantes e famílias bolivianas principalmente na zona leste de São Paulo.

São Paulo • 04/07/25 às 17:03h

Armados, uniformizados e com falsos mandados, invadem estabelecimentos comerciais, extorquindo dinheiro e ameaçando vítimas que, muitas vezes, temem represálias ou desconfiam da própria polícia.

Na última quinta-feira, 31 de julho , no entanto, uma dessas investidas foi interrompida. Três homens, vestidos com coletes à prova de bala e uniformes semelhantes aos do Grupo de Operações Especiais (GOE) da Polícia Civil, invadiram a casa de uma família boliviana alegando uma “operação legal”. Armados, exigiram valores em dinheiro aos bolivianos. A ação, porém, foi flagrada por vizinhos, que acionaram a Polícia Militar.

As câmeras corporais dos PMs registraram o momento em que os suspeitos, pressionados, tentaram manter a farsa: “Você está atrapalhando nossa operação. Não devo satisfação”, desafiaram um dos falsos agentes.

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Medo e desconfiança entre a comunidade

A prisão dos três homens – que estavam armados com revólveres, algemas e um mandado judicial falsificado – trouxe alívio momentâneo, mas não apagou o trauma vivido pela família. “Meus filhos estão com medo de ficar em casa. Eles ameaçaram voltar se não pagássemos”, desabafou a mãe da família, com a voz embargada pelo choro. Ainda tremendo de pavor, a boliviana agarrou-se aos policiais militares e repetia, entre lágrimas: “Obrigada, obrigada…”, um misto de gratidão e desespero pela violência sofrida.

A comunidade boliviana, principalmente comerciantes de confecções, tem sido alvo constante desses golpes. Os criminosos se aproveitam do temor de muitos imigrantes em denunciar, seja por medo de represalias ou desconfiança nas autoridades. A Polícia Militar, no entanto, reforça o alerta: “Se abordados por supostos policiais civis, exijam identificação funcional e, em caso de extorsão, liguem imediatamente para o 190”.

Os três presos já passaram por audiência de custódia e permanecem detidos, respondendo por roubo, porte ilegal de arma e usurpação de função pública. Enquanto isso, as vítimas tentam reconstruir a sensação de segurança, mas sabem que, enquanto houver impunidade, o perigo pode bater à porta outra vez, disfarçado de farda.

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