DENÚNCIA REPERCUTE NA BOLÍVIA: MENOR EM ESTADO DE GESTAÇÃO NÃO RECEBEU APOIO IMEDIATO DO CONSULADO BOLIVIANO EM SÃO PAULO
Publicado • 24/02/25 às 23:38h
A negligência dos funcionários Consulado da Bolívia em São Paulo diante do caso de uma menor boliviana grávida de sete meses gerou indignação e revolta tanto na comunidade imigrante quanto em organizações de direitos humanos. A denúncia, amplamente repercutida na Bolívia, foi aprofundada na Cidade de La Paz com a entrevista de Virginia Ugarte, presidente do Consejo de Derechos Humanos de El Alto de La Paz, concedida ao programa “La Tribuna Libre del Pueblo”, conduzido por Inés Quispe na manhã de segunda-feira, 24 de janeiro de 2025.
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A adolescente, em situação de extrema vulnerabilidade, para adquirir sua segunda via de Documento de Identidade no Consulado boliviano em São Paulo, esperando um atendimento adequado por parte das autoridades de seu país. No entanto, encontrou por três oportunidades indiferença e descaso pelos cônsules Ignacio Bulacios e Vania Claros. O caso teve início em 24 de janeiro de 2025 e só encontrou um desfecho de proteção real na madrugada de 22 de fevereiro, quando o Conselho Tutelar da cidade de São Paulo interveio para garantir sua segurança e bem-estar.
A demora de 29 dias no atendimento da menor e a falta de resposta eficiente por parte do Consulado boliviano revelam um grave problema estrutural na assistência aos cidadãos bolivianos no exterior. O silêncio e a omissão da representação diplomática reforçam um histórico de negligência que já foi alvo de denúncias anteriores por parte da comunidade imigrante.
Somente após a pressão social, mobilizações e a repercussão midiática, o caso chegou às autoridades brasileiras e bolivianas, o que forçou uma resposta tardia por parte do Consulado. A indignação da população boliviana residente em São Paulo, aliada à atuação de organizações de direitos humanos, foi fundamental para garantir que a menor recebesse a proteção necessária.
Este episódio escancara não apenas o descaso do Estado boliviano com seus cidadãos no exterior, mas também a necessidade urgente de revisão dos protocolos de atendimento consular. O direito à identidade e à proteção de menores deveria ser uma prioridade absoluta de qualquer governo, independentemente da localização geográfica de seus cidadãos.
A ausência de políticas eficientes de assistência a imigrantes bolivianos tem sido uma constante nos relatos da comunidade imigrante boliviana no estado de SP, que frequentemente se vê desamparada em momentos críticos. Esse caso, em particular, deve servir de alerta para que medidas concretas sejam tomadas, garantindo que tragédias similares não se repitam e que os direitos fundamentais dos cidadãos bolivianos sejam, de fato, respeitados.
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O clamor da comunidade boliviana por respeito e dignidade continua em alerta máximo nas ruas de São Paulo e nos corredores do poder em La Paz. A pergunta que fica é: até quando o Estado boliviano permitirá que seus cidadãos sejam tratados com tamanho descaso?
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