Josefina viajava para a Bolívia com seus filhos quando o veículo capotou na Rodovia Castelo Branco; além da amputação, ela enfrenta falta de assistência e luta por justiça.
Publicado • 01/06/23 às 12:18h
Atualizado • 06/06/23 às 09:48h
A história de Josefina, uma imigrante boliviana de 33 anos, é um relato angustiante das consequências trágicas que podem decorrer de escolhas arriscadas e da atuação de empresas de transporte clandestinas. A entrevista foi realizada em 30 de maio de 2023, no bairro do Brás, em São Paulo.
Josefina, nome fictício utilizado para proteger sua identidade e segurança, compartilha como a empresa irregular de transporte na qual confiou não apenas falhou em fornecer conforto, mas também colocou sua vida em perigo. O relato evidencia que a empresa não oferecia as medidas de segurança adequadas para os passageiros.
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Segundo Josefina, ela tinha consciência de que o serviço de transporte era irregular. No entanto, a busca por economia a levou a tomar uma decisão que mudaria sua vida para sempre. Em suas próprias palavras, ela lamenta: “Perdi meu braço por economizar 50 reais”.
O acidente ocorreu por volta da 1h da madrugada de 16 de dezembro de 2022, na Rodovia Presidente Castelo Branco, no quilômetro 315, quando Josefina e seus dois filhos estavam a caminho da Bolívia. O veículo, que já apresentava sinais de falhas mecânicas, perdeu o controle e capotou. Infelizmente, as crianças também sofreram queimaduras graves e ainda estão internadas, lutando para se recuperar.
Além das graves conseqüências físicas, a imigrante boliviana relata a falta de apoio e ajuda por parte da empresa de transporte. Após perder seu braço, tudo o que ela recebeu foram ameaças e nenhum tipo de assistência durante sua estadia no hospital, nem para ela nem para seus filhos. Sem qualquer respaldo financeiro ou suporte emocional, Josefina se viu desamparada em um país estrangeiro.
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Antes do acidente, Josefina trabalhava como costureira e sonhava em comprar uma casa para proporcionar uma vida melhor à sua família. No entanto, a perda de seu braço tornou esse sonho inalcançável. Seu marido também enfrenta problemas de saúde na visão, o que os impede de continuar com a costura como meio de sustento. Sem recursos e com despesas médicas crescentes, a família se encontra em uma situação de extrema vulnerabilidade.
Com base em sua experiência dolorosa, Josefina faz um apelo às autoridades brasileiras para que realizem fiscalizações rigorosas e combatam o transporte clandestino, a fim de evitar que outras pessoas enfrentem o mesmo destino trágico. Seu desejo é que a segurança e a integridade dos passageiros sejam protegidas, e que empresas irresponsáveis sejam responsabilizadas por suas negligências.
O caso de Josefina levanta questões urgentes sobre a necessidade de regulação e fiscalização efetivas do setor de transportes, especialmente no atendimento a populações imigrantes que, muitas vezes, recorrem a serviços irregulares por questões econômicas. A tragédia reforça a importância de políticas públicas que garantam condições seguras de deslocamento e protejam os direitos dos passageiros.
A história de Josefina é um alerta para todos sobre os riscos de optar por serviços clandestinos e a importância de exigir segurança e responsabilidade por parte das empresas de transporte. Enquanto isso, ela e sua família seguem lutando não apenas pela recuperação física, mas também por justiça.
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Assista à reportagem investigativa da TV RECORD, que revela a grave realidade dos transportes clandestinos no bairro do Brás, em São Paulo, e os riscos enfrentados por imigrantes.
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