Na quinta-feira, 12 de dezembro de 2024, comunidades latino-americanas em todo o mundo celebraram o Dia de Nossa Senhora de Guadalupe, padroeira da América Latina.
Publicado • 13/12/24 às 13:19h
Atualizado • 13/12/24 às 14:00h
A Bem-aventurada Virgem que apareceu a um indígena convertido ao cristianismo no México é mais do que um símbolo religioso: é um refúgio espiritual para milhões de migrantes que atravessam fronteiras em busca de uma vida melhor.
A devoção a Nossa Senhora transcende gerações e territórios. No Brasil, onde a presença de imigrantes latino-americanos é marcante, essa fé é um elo entre as culturas de origem e a terra que os acolhe. Para bolivianos, por exemplo, a religiosidade é carregada nos corações e nas mãos por meio de símbolos como as Virgens de Copacabana, Urkupiña e Cotoca. Maria, em suas múltiplas representações, é um consolo para os sonhos e desafios enfrentados durante a jornada migratória.
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Enquanto o espiritual une, os dados revelam uma dura realidade. A América Latina enfrenta um recorde no número de menores migrantes, muitos dos quais atravessam perigosos pontos de trânsito, como a selva do Darién, entre Colômbia e Panamá, e o Norte da América Central. Segundo o Unicef, 91% das crianças que viajam sozinhas têm até 11 anos, e 25% de todos os migrantes na região são menores de idade, bem acima da média global de 15%.
(dados 2023).
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No contexto sul-americano, a migração boliviana para o Brasil continua em alta, refletindo um novo padrão, com famílias bolivianas deixando a Argentina rumo a terras brasileiras em busca de oportunidades. Para muitos, a fé na mãe de Jesus é um alicerce. Nossa Senhora de Guadalupe, venerada por sua proteção maternal, assume um papel de guia espiritual para estas crianças e famílias em trânsito, oferecendo esperança em um continente em constante movimento.
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Neste dia especial, Nossa Senhora é evocada como a “caridosa que vela pela segurança”, um ícone de proteção para todos que enfrentam os desafios da migração. Sua presença simboliza o desejo por uma América Latina mais justa, onde os deslocamentos não sejam marcados pela dor, mas pela busca de um futuro digno para todos. Que a fé continue a iluminar o caminho desses viajantes em direção a um mundo melhor.