Conhecimento ancestral e protagonismo feminino impulsionam sistemas alimentares sustentáveis na Amazônia Boliviana
Publicado • 02/04/25 às 11:34h
A Amazônia boliviana, rica em biodiversidade e cultura, revela um segredo poderoso para a sustentabilidade e segurança alimentar: o saber ancestral das mulheres amazônicas. Com práticas tradicionais que respeitam o ciclo da natureza e promovem o equilíbrio ecológico, essas mulheres são protagonistas na construção de um futuro sustentável para suas comunidades.
No dia 28 de março de 2025, o governo boliviano lançou o Programa Conjunto “Fortalecimento de Sistemas Alimentares Sustentáveis na Amazônia Boliviana para Viver Bem em Harmonia com a Mãe Terra (AMAS-1)”. A iniciativa integra segurança alimentar, desenvolvimento econômico e sustentabilidade ambiental, beneficiando mais de 5.836 pessoas em 14 municípios dos departamentos de Pando, La Paz e Beni.
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A chanceler Celinda Sosa Lunda destacou o compromisso do programa com a proteção do meio ambiente e o bem-estar das famílias produtoras. “Este enfoque integral nos permite fortalecer a produção local, garantir alimentos saudáveis e proteger nossos ecossistemas”, afirmou durante o evento de lançamento no Ministério das Relações Exteriores.
O papel essencial das mulheres amazônicas
Em muitas comunidades amazônicas da Bolívia, as mulheres são guardiãs do conhecimento ancestral sobre plantas medicinais, técnicas de cultivo sustentável e manejo dos recursos naturais. Elas desempenham um papel central na preservação dos saberes tradicionais, transmitindo práticas agrícolas adaptadas às condições climáticas e ambientais da região.
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Entretanto, a realidade dessas mulheres ainda é marcada por desafios. A participação feminina nos espaços de decisão comunitária e municipal é limitada, e a violência contra a mulher continua sendo um problema persistente. O fortalecimento da capacidade de incidência política e econômica das mulheres é fundamental para assegurar um desenvolvimento equitativo e sustentável.
A inclusão de mulheres amazônicas em processos de capacitação e formação em direitos, empreendedorismo e associativismo torna-se urgente. O fortalecimento de associações femininas e a criação de políticas públicas que promovam o protagonismo das mulheres rurais são passos essenciais para reverter a histórica exclusão e desigualdade de gênero.
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Sustentabilidade e desenvolvimento comunitário
O AMAS-1, cofinanciado por agências das Nações Unidas como o Programa Mundial de Alimentos (PMA), a Organização das Nações Unidas para a Alimentação e a Agricultura (FAO), o Fundo Internacional de Desenvolvimento Agrícola (FIDA) e a Organização Internacional do Trabalho (OIT), aposta na recuperação de práticas agrícolas tradicionais. Essas práticas, adaptadas ao contexto de mudanças climáticas, buscam garantir a segurança alimentar, a conservação da biodiversidade e a sustentabilidade econômica.
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A iniciativa também envolve os Ministérios do Desenvolvimento Rural e Terras, Meio Ambiente e Água, Saúde e Esportes, Desenvolvimento Produtivo e Economia Plural e a Autoridade Plurinacional da Mãe Terra. Ao conectar pequenos agricultores a mercados e assegurar preços justos para seus produtos, o programa visa fortalecer a economia local e reduzir a vulnerabilidade socioeconômica das comunidades amazônicas.
Amazônia: Futuro sustentável com protagonismo feminino
O compromisso com a sustentabilidade e a valorização dos saberes ancestrais são peças-chave para garantir um futuro próspero na Amazônia boliviana. As mulheres amazônicas, com sua resiliência e conhecimentos milenares, emergem como protagonistas de um modelo de desenvolvimento sustentável, onde a preservação da Mãe Terra é central.
A construção de políticas públicas que assegurem a participação ativa das mulheres na tomada de decisões e a criação de oportunidades econômicas inclusivas são medidas urgentes para promover justiça social e respeito à diversidade cultural.
No ano em que a Bolívia celebra o Bicentenário, o país reafirma seu compromisso com a Mãe Terra e a equidade de gênero, reconhecendo o papel fundamental das mulheres amazônicas na construção de um futuro sustentável e inclusivo para todas as gerações.
Com fonte: cancilleria.gob.bo
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