25 de Novembro – Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres
Publicado • 25/11/24 às 16:22h
A violência on-line é uma epidemia silenciosa que vem atingindo mulheres em diversas partes do mundo. Em São Paulo, mulheres imigrantes enfrentam desafios ainda mais profundos, vivendo sob a sombra de ataques digitais que ferem sua dignidade, autoestima e segurança. Esse problema se intensifica em comunidades vulneráveis, como a boliviana, onde a misoginia on-line perpetua a desvalorização das mulheres em espaços culturais e de mídia.
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Um cenário alarmante
Segundo dados globais, uma em cada três mulheres sofre violência física ou sexual ao longo da vida. No entanto, a violência digital é uma extensão desse problema, encontrando terreno fértil em plataformas on-line, especialmente redes sociais e programas de rádio web. Entre as mulheres imigrantes, a vulnerabilidade é agravada pela ausência de redes familiares de apoio, barreiras linguísticas e desconhecimento dos próprios direitos.
Em São Paulo, a misoginia on-line afeta de maneira devastadora mulheres bolivianas. Programas de rádio web, muitas vezes voltados à comunidade imigrante, alimentam um discurso que reforça estereótipos e promove o ódio. Esses conteúdos frequentemente objetificam mulheres, normalizam a violência e criam um ambiente que contribui para o aumento de feminicídios, assédio e humilhação pública.
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A violência digital e suas consequências
A violência digital não é “menos real” que as formas físicas de agressão. Comentários depreciativos, ameaças de violência, compartilhamento não consensual de imagens e discursos de ódio são atos que deixam cicatrizes emocionais profundas e, em muitos casos, colocam a vida das mulheres em risco.
Na comunidade boliviana, a misoginia encontra espaço em discursos que reforçam a superioridade masculina e minimizam as contribuições femininas. A normalização desse comportamento cria uma cultura de cumplicidade, onde compartilhar, patrocinar ou consumir esses conteúdos perpetua o ciclo de violência.
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Responsabilidade coletiva e justiça
As mulheres imigrantes que denunciam essas agressões frequentemente enfrentam retaliações, tanto de seus agressores quanto de sistemas legais que falham em protegê-las. A responsabilização dos culpados e a proteção das vítimas são passos urgentes para combater essa realidade.
A campanha “YO CUIDO A MI AMIGA” é um chamado à ação para todos os setores da sociedade. Trata-se de conscientizar e mobilizar contra a misoginia on-line, promovendo uma cultura de respeito e valorização das mulheres em todas as esferas.
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Unidos contra a violência
O Dia Internacional para a Eliminação da Violência contra as Mulheres nos lembra que a mudança começa com cada um de nós. Como sociedade, precisamos repudiar toda forma de violência, principalmente aquelas que tentam silenciar as mulheres e apagar sua dignidade.
A misoginia on-line não pode ser normalizada. É um crime que destrói vidas e humilha as vítimas. Combater esse ódio exige esforço coletivo: apoiar mulheres, denunciar conteúdos abusivos e promover a justiça. Afinal, defender uma amiga é defender todas as mulheres.
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“Vamos agir hoje para garantir um amanhã de igualdade e respeito.
YO CUIDO A MI AMIGA“
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