Ekeko na Selva de Pedra: A Arte de Juan Cusicanki Leva a Cultura Aymara do Teatro às Ruas de SP
Publicado • 03/07/25 às 12:11h
Em um episódio que ecoa as vozes dos Andes, o MesaCast Fontié Ki Kwaze recebeu o multifacetado artista Juan Cusicanki — músico, performer e guardião da cultura aymara — para uma conversa profundamente movente sobre migração, arte e a resistência indígena nas metrópoles. Com performances que transcendem palcos e fronteiras, Cusicanki teceu narrativas que unem memória ancestral e existência urbana, revelando como a cultura viva dos povos originários se reinventa em diáspora.
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Cusicanki: O Ekeko na Selva de Pedra
Reconhecido por sua obra que ressignifica mitos andinos — como o Ekeko, símbolo aymara de prosperidade —, o artista boliviano compartilhou histórias de sua trajetória, desde os palcos teatrais até sua atuação como pesquisador no projeto Fronteiras Cruzadas (FFLCH-USP). “Nossa cultura não é estática; ela pulsa, se adapta e desafia a invisibilidade imposta pelas cidades”, refletiu, destacando seu trabalho com cenografias e música autóctone como atos políticos.
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Alohá de La Queiroz: Cultura Migrante como Ato Coletivo
A ativista Alohá de La Queiroz, da Casinha Bay4s Cultural, somou sua voz ao debate, lembrando que iniciativas como rodas de conversa e saraus migrantes são trincheiras de luta. “Juan transforma o sagrado andino em ferramenta de união nas periferias”, afirmou, reforçando a importância de redes que acolhem identidades dissidentes.
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Mediação e Olhares Cruzados
Sob a condução de Daniel Perseguim (comunicador e cofundador do Fórum Fontié Ki Kwaze), o diálogo ganhou camadas com a contribuição da antropóloga Cristina de Branco (coletivo Visto Permanente), que pesquisa a reinvenção das culturas quéchua e aymara no exílio urbano. “A performance de Juan é um arquivo vivo”, observou, citando seu documentário “Ventos do Peabiru“ e a urgência de narrativas que combatam o apagamento indígena.
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Por Que Ouvir?
Este episódio do MesaCast — fruto de parcerias com o grupo Cidade e Trabalho e associações migrantes — não apenas celebra a trajetória de Cusicanki, mas reafirma a arte como território de existência. Entre canções, mitos e lutas, fica claro: a ancestralidade não é passado, mas semente que floresce no asfalto.
Disponível nas plataformas de áudio. Apoie culturas originárias: resistir é criar.
fonte: fronteirascruzadas