Illapacha em São Paulo: Chuva Torrencial Celebra Tradição Ancestral e Une Culturas

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Ritual ancestral une comunidades andinas e reforça a espiritualidade e reciprocidade com a Pachamama em celebração ao solstício de verão.

Publicado • 21/12/24 às 22:12h
Atualizado • 24/12/24 às 01:58h

No sábado, 21 de dezembro de 2024, a cidade de São Paulo foi palco de uma celebração ancestral andina: o Illapacha. Realizada pelo Centro Cultural Andino Amazônico (CCAA), a cerimônia reuniu membros das comunidades andinas e brasileiros interessados em vivenciar uma tradição espiritual profundamente conectada à Pachamama, a Mãe Terra.

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A chuva torrencial que marcou o dia foi interpretada como um sinal de bênção divina, reforçando a conexão espiritual entre os povos andinos e os elementos da natureza. A celebração aconteceu nas instalações do CAMI, no Centro Histórico de São Paulo, em um ambiente que simbolizava o encontro de culturas e a preservação de um legado milenar em solo brasileiro.

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Rituais de Conexão Ancestral

O Illapacha é uma festividade marcada pelo agradecimento à “Pachamama” pelos frutos da primeira semeadura, realizada em setembro, e pela celebração das chuvas que irrigam a terra. Durante o ritual, os participantes praticaram o tradicional “Acullico”, mastigando folhas de coca dispostas em aguayos multicoloridos. Essa prática ancestral não só simboliza espiritualidade, mas também oferece benefícios medicinais e nutritivos, reforçando a conexão física e espiritual com a terra.

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Outro momento marcante foi o “Apthapi“, um banquete coletivo em que os participantes trocaram e compartilharam alimentos trazidos de casa. Mais do que um simples ato de refeição, o Apthapi simboliza a reciprocidade, um valor central na cosmovisão andina. Frutas, sementes e outros alimentos oferecidos à Pachamama reforçaram o espírito de gratidão e comunhão.

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A Festa da Abundância

O Illapacha é uma celebração que reflete o equilíbrio entre os reinos animal, vegetal e mineral. A festa engloba a “Illa” e a “Ispalla”, conceitos ligados às sementes e às origens de toda forma de vida. Em várias regiões dos Andes, essa data também é marcada pelo Qhapaq Raymi, a grande festa do sol, que celebra a maturação das colheitas e a renovação de energias.

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União e Identidade Andina

O evento destacou a união das comunidades andinas residentes no Brasil, reforçando seu “Ajayu“, sua identidade cultural em meio à diversidade paulistana. Com o apoio do Centro Cultural Andino Amazônico, a tradição ganha novas dimensões, integrando o legado espiritual dos povos originários à dinâmica multicultural de São Paulo.

Além do Illapacha, a celebração lembrou que o ciclo de agradecimento à Pachamama se encerra com o Anata, festividade realizada em fevereiro, e que o Ano Novo Andino Amazônico é comemorado no solstício de inverno, em 21 de junho.

O evento foi uma oportunidade para perpetuar a tradição, compartilhar sabedorias ancestrais e manter viva a espiritualidade dos povos andinos em terras brasileiras.

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