A frase “A história nos respalda e a memória nos une” perdeu seu sentido no ano do Bicentenário da Bolívia, com o consulado boliviano em São Paulo ignorando uma das datas mais importantes do calendário cívico boliviano.
Publicado • 01/04/25 às 17:46h
A ausência de qualquer manifestação oficial por parte do consulado boliviano em São Paulo no Dia do Mar Boliviano, celebrado em 23 de março de 2025, surpreendeu e desapontou a comunidade boliviana residente na cidade. Em um ano especialmente significativo para o país, marcado pelo Bicentenário da Bolívia, o consulado optou por não realizar o tradicional ato cívico nem divulgar uma mensagem oficial assinada pelo Consulado Boliviano em suas redes sociais. Essa postura foi percebida como um gesto de descaso com uma data histórica que simboliza a luta contínua pela recuperação do acesso soberano ao Oceano Pacífico, um tema central para a identidade e o patriotismo boliviano.
Historicamente, o consulado boliviano em São Paulo promovia atos carregados de emoção e patriotismo para lembrar o Dia do Mar Boliviano, data que marca o episódio doloroso da Guerra do Pacífico, em 1879, quando a Bolívia perdeu seu acesso ao Oceano Pacífico para o Chile. O 23 de março simboliza a luta pela reivindicação marítima, homenageando o herói Eduardo Abaroa, que, mesmo cercado por tropas chilenas, resistiu até o fim ao invasor.
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Um sentimento de união que não se apagou
Na Bolívia, o Dia do Mar é lembrado com cerimônias cívicas em todas as cidades, sendo a principal em La Paz, com a presença do presidente, autoridades e cidadãos. Em países onde há comunidades bolivianas, o ato também é celebrado, fortalecendo o sentimento patriótico e a reivindicação marítima.
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Mesmo sem um evento oficial em São Paulo, o espírito de luta se manteve vivo nas palavras da Ministra de Relações Exteriores da Bolívia, Celinda Sosa Lunda, que expressou uma mensagem nas redes sociais
“Hoje comemoramos a luta histórica da Bolívia por recuperar nosso acesso soberano ao Oceano Pacífico. Avançamos em direção a um horizonte de paz, cooperação e respeito mútuo entre países, sem abrir mão de nosso direito irrenunciável ao mar. Este dia nos lembra a importância de continuar lutando e incutir nas novas gerações nossa busca incessante por justiça e reivindicação marítima, em honra aos heróis da Guerra do Pacífico e ao futuro de nossa amada pátria. Mar para a Bolívia!” — afirmou Celinda Sosa Lunda.
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A ausência de uma celebração oficial pelo consulado em São Paulo gerou críticas e frustração entre os bolivianos residentes na cidade, especialmente por ocorrer no ano do Bicentenário da Bolívia. A comunidade esperava um ato simbólico de união e resistência, reforçando um sentimento de identidade que permanece forte, mesmo longe de casa.
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Já em 2024 um evento desolador marcou o Dia do Mar Boliviano, organizado pelo Consulado Boliviano em São Paulo.
Em 2024, a ausência de uma convocatória ampla por parte do consulado boliviano resultou em um evento pálido e praticamente invisível em comemoração ao Dia do Mar Boliviano em São Paulo. Sem o engajamento da comunidade boliviana residente na cidade, a cerimônia cívica se tornou um registro fantasmagórico, distante do fervor patriótico que tradicionalmente marca a data. A falta de divulgação e organização apropriada evidenciou um desinteresse preocupante, frustrando aqueles que esperavam uma celebração digna e representativa. Veja no link a seguir a nota sobre este triste registro cívico boliviano organizado pelo consulado boliviano em São Paulo. (link aqui)
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