População boliviana exige ações imediatas após meses de devastação ambiental e responsabiliza governo pela má gestão da crise na Chiquitánia.
Publicado • 30/09/24 às 15:41h
A Bolívia está em estado de indignação e revolta diante da destruição de suas florestas. Há três meses, o país enfrenta um dos piores incêndios de sua história, devastando a Chiquitánia, uma das regiões mais ricas em biodiversidade. Estima-se que mais de 7 milhões de quilômetros quadrados tenham sido consumidos pelas chamas, afetando não apenas o meio ambiente, mas também as comunidades que dependem dos recursos naturais dessa área.
A Agência de Fiscalização e Controle Social de Florestas e Terras (ABT), órgão responsável por aplicar leis e normas técnicas de conservação florestal, está sendo duramente criticada pela população e por ativistas ambientais. A falha em cumprir sua missão de proteger os recursos naturais foi evidenciada pela resposta lenta e ineficaz diante das queimadas, que se intensificaram devido à combinação de políticas ineficazes e falta de ações preventivas.
.
.
Uma das vozes mais firmes nesse cenário de caos ambiental é a da ativista Maria Galindo, que publicamente acusou as autoridades da ABT de negligência. Galindo, conhecida por seu ativismo incisivo, criticou a ausência de medidas preventivas e a incapacidade das autoridades em agir de forma eficiente para conter a destruição, que já devastou mais de sete milhões de hectares na Chiquitánia boliviana.
.
Juicio de Responsabilidad contra o presidente Luis Arce e o vice-presidente David Choquehuanca, por sua criminosa gestão durante a crise ambiental.
.
.
A indignação também se estende ao governo central. Após meses de omissão, o presidente Luis Arce declarou estado de desastre nacional somente em 30 de setembro, após a pressão popular se intensificar. Essa demora em reconhecer a gravidade da situação levou muitos setores da sociedade a exigirem um Juicio de Responsabilidad contra o presidente Luis Arce e o vice-presidente David Choquehuanca, por sua péssima gestão durante a crise ambiental.
A Chiquitánia, que já havia sido severamente afetada por incêndios em anos anteriores, sofre novamente os efeitos de políticas permissivas em relação ao uso de terras e à expansão agrícola descontrolada, exacerbada pelas mudanças climáticas. A ausência de uma resposta rápida por parte das autoridades e a falta de um plano concreto de recuperação florestal deixam a população boliviana em um estado de incerteza e fúria, exigindo ações concretas para proteger o que resta de suas florestas e evitar futuras catástrofes ambientais.
A pressão sobre o governo não deve cessar tão cedo, enquanto a Bolívia clama por justiça ambiental e proteção de seu território.
.
.
Bolívia está perto de quebrar recorde de incêndios florestais
Segundo nota publicada na Agência Brasil de notícias, a Bolívia está prestes a quebrar seu recorde histórico de incêndios florestais, com 70.628 focos registrados até 22 de setembro, superando os números do mesmo período de 2010, quando o país atingiu seu pior ano. Os dados são do Instituto Nacional de Pesquisas Espaciais do Brasil (Inpe), que apontam para uma possível superação do recorde de 83.119 focos de incêndio daquele ano. A região de Santa Cruz, uma das mais afetadas, recebeu recentemente auxílio da União Europeia, incluindo aeronaves especializadas no combate às chamas.
Os incêndios, majoritariamente causados por atividades humanas, têm se espalhado com mais rapidez devido ao calor extremo e à seca, intensificados pelas mudanças climáticas. A situação na Bolívia reflete uma crise maior que atinge outros países sul-americanos, como Argentina, Brasil e Peru. Autoridades e líderes indígenas alertam para os impactos globais dessas queimadas, com incêndios devastando florestas e ameaçando comunidades locais. A luta contra as mudanças climáticas e o apoio internacional se tornaram essenciais para enfrentar essa crescente ameaça ambiental.
fonte:
youtube.com/@FUERZAMARIAGALINDO
Foto – Opinión