Após anos liderando a Marcha do Imigrante e Refugiado, o centro de apoio cita esgotamento da equipe e convoca coletivos migrantes para tocar o projeto. Próxima reunião virtual será em maio para definir nova organização.
Publicado • 16/04/25 às 19:49h
Atualizado • 16/04/25 às 20:35h
O CAMI (Centro de Apoio e Pastoral do Migrante), tradicional organizador da Marcha do Imigrante e Refugiado em São Paulo, anunciou que não comandará a edição de 2025 do ato, marcado pelo protagonismo de comunidades imigrantes e refugiadas na Avenida Paulista todo mês de dezembro. A decisão foi comunicada em uma reunião virtual na tarde de quarta-feira 16/04, onde o coordenador da entidade, Roque Patussi, admitiu o “cansaço da equipe” após anos de dedicação ao evento.
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“O CAMI não tem mais pernas para organizar a marcha”, declarou Patussi, explicando que os preparativos demandam seis meses de trabalho intenso. Diante do desgaste, a instituição abriu uma convocatória para que coletivos, associações de imigrantes e outras organizações assumam a coordenação da 16ª Marcha do Imigrante em 2025.
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“É hora de outros abraçarem essa causa”, reforçou Patussi.
O desafio é manter viva uma tradição que virou símbolo de resistência em São Paulo.
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Chamado para novas lideranças
Participantes da reunião online avaliaram que a pluralidade de vozes pode fortalecer a marcha, proposta que será bem recebida pelas instituições e coletivos de imigrantes e refugiados. Uma nova reunião está marcada para 28 de maio de 2025, às 17h15, ainda em formato virtual, onde serão apresentadas propostas de organização conjunta.
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Próximos passos
Reunião de transição:
28/05/2025 (online)
Como participar:
Coletivos interessados podem comparecer da reunião ou acompanhar as convocações públicas.
A marcha, que em 2024 reuniu milhares de pessoas em defesa de políticas migratórias mais justas, é considerada um marco da luta por direitos dos imigrantes no Brasil. Agora, seu futuro depende da mobilização de quem sempre esteve nas ruas: as próprias comunidades.
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